Conheça 10 mulheres na ciência que fizeram história

Em geral, quando ouve a palavra “cientista”, você pode pensar de imediato em célebres exemplos masculinos, tais como Isaac Newton, Charles Darwin e Stephen Hawking, não é mesmo? Por que não nos vem à cabeça nenhum nome feminino? Será que a participação das mulheres na ciência é assim tão irrelevante?

A resposta para essa pergunta é não. A despeito do pouco incentivo (cabe lembrar que nem sempre as representantes do gênero feminino tiveram acesso à educação formal) e pequena visibilidade, as mulheres ocuparam, ao longo da História, o campo científico e foram responsáveis por pesquisas e descobertas que revolucionaram o mundo!

Mesmo com os inúmeros avanços sociais vivenciados na atualidade, sabemos que, infelizmente, a desigualdade de gênero na ciência e em outras áreas ainda é uma realidade. A título de exemplo: dados divulgados pela Unesco, em 2018, revelam que as mulheres integram somente 28% do cenário científico mundial.

Com o intuito de despertar o interesse das novas gerações, bem como encorajar meninas e jovens a seguirem uma carreira científica, apresentamos, a seguir, 10 trajetórias inspiradoras de mulheres que, sem dúvida, fizeram a diferença e inscreveram seus nomes na história da ciência! Vamos lá?

1. Marie Curie (1867 – 1934)

Conhecida como a “mãe da Física Moderna”, Marie Curie realizou relevantes contribuições à ciência. Conduziu pesquisas pioneiras no campo da radioatividade e, juntamente com seu marido, Pierre Curie, constatou a existência de dois elementos radioativos: rádio e polônio.

A cientista polonesa, naturalizada francesa, foi a primeira mulher a ser laureada com o prêmio Nobel e, até hoje, a única pessoa a recebê-lo em duas áreas distintas: Nobel de Física (1903) e Nobel de Química (1911).

2. Emmy Noether (1882 – 1935)

Considerada a criadora da álgebra moderna, seus estudos científicos revolucionaram as áreas de álgebra abstrata e física teórica.

Albert Einstein declarou-a como a mulher mais importante da história da matemática, reconhecendo que dois teoremas provados por ela — em especial o “Teorema de Noether”, que explica a ligação primordial entre leis de conservação e simetria na física — foram fundamentais para a posterior descoberta da Teoria da Relatividade.

3. Bertha Lutz (1894 – 1976)

Bertha Lutz destaca-se como uma das mais notáveis biólogas do Brasil. Formada em Ciências Naturais na Universidade de Paris, especializou-se em anfíbios. Foi a primeira mulher a assumir um cargo no funcionalismo público (algo proibido até então) do Rio de Janeiro.

Em 1945, fez parte da Conferência de São Francisco, motivadora, por sua vez, da criação da Organização das Nações Unidas (ONU). Para mais, Bertha foi a principal líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras, tendo atuado diretamente para a conquista do voto feminino, em 1932.

4. Mária Telkes (1900 – 1995)

Os trabalhos científicos da biofísica húngaro-americana foram essenciais para os avanços da área de tecnologias de energia solar. Se hoje podemos investir no sistema como uma fonte renovável de energia, é graças à Mária Telkes!

Salvo as invenções do gerador e refrigerador termoelétricos, concebeu, ao lado da arquiteta Eleanor Raymond, em 1947, a primeira casa totalmente abastecida com aquecimento solar.

5. Nise da Silveira (1905 – 1999)

Aluna de Carl Jung, Nise da Silveira iniciou seus estudos aos 21 anos na Faculdade de Medicina da Bahia e obteve reconhecimento mundial pela dedicação de uma vida inteira à psiquiatria brasileira.

Radicalmente contrária ao confinamento e tratamentos agressivos e desumanos (lobotomia, eletrochoque, insulinoterapia etc.) impostos às pessoas que sofriam de transtornos mentais, Nise revolucionou, por meio de terapias humanizadas, o tratamento psiquiátrico no Brasil!

6. Virginia Apgar (1909 – 1974)

Virginia foi uma médica norte-americana, especialista em anestesiologia e obstetrícia. Tornou-se célebre por suas valiosas descobertas no campo neonatal, por exemplo, ao demonstrar cientificamente que substâncias utilizadas na anestesia do parto eram muito nocivas ao bebê, o que contribuiu para uma queda brusca da taxa de mortalidade infantil.

Concebeu também a chamada Escala Apgar, que avalia o estado geral de bebês recém-nascidos. Suas técnicas são usadas até hoje para monitoramento da saúde infantil.

7. Gertrude Elion (1918 – 1999)

farmacologista e bioquímica estadunidense foi a responsável pelo desenvolvimento, fazendo uso de métodos inovadores, de medicamentos para tratar doenças como herpes, gota, malária e até leucemia e Aids.

Por seus feitos, foi agraciada com o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina no ano de 1988.

8. Katherine Johnson (1918 – 2020)

A trajetória de Katherine Johnson (e de suas amigas Mary Jackson e Dorothy Vaughan) serviu de inspiração ao filme Estrelas além do tempo, indicado ao Oscar em três categorias.

No decorrer de seu trabalho de 33 anos na NASA, a matemática, enquanto mulher negra, enfrentou duplo preconceito dentro da agência espacial. Em razão de seu talento, foi promovida a líder de cálculos de trajetória de voos e participou ativamente de equipes responsáveis por missões que levaram os americanos à Lua e à Marte.

9. Rosalind Franklin (1920 – 1958)

Pioneira em pesquisas de biologia molecular e difração de raios X, a biofísica britânica foi uma das personagens femininas mais injustiçadas de toda a história da ciência, recebendo, depois de muito tempo, o título póstumo de “mãe do DNA“.

Rosalind foi quem descobriu a estrutura e a composição do DNA. Apesar disso, os bioquímicos James Watson e Francis Crick, sob chefia de Maurice Wilkins, receberam os créditos sozinhos pela descoberta e, na entrega do prêmio Nobel de Medicina, em 1962, o trio não fez uma única menção sequer à cientista.

10. Vera Rubin (1928 – 2016)

astrônoma norte-americana dedicou-se aos estudos do movimento das galáxias e suas taxas de curva e rotação. Por meio dessas pesquisas, revelou a existência de uma substância escura que, de maneira impressionante, conserva o agrupamento do universo— descoberta essa, considerada uma das mais significativas do século XX na área de Astronomia.

Listamos aqui somente 10 nomes de mulheres que realizam impressionantes feitos no campo científico e colaboraram, de modo significativo, para moldar o olhar que temos hoje sobre o mundo. Vale enfatizar que os exemplos são inúmeros e vão muito além dos que foram citados!

A educação tem papel fundamental para desconstruir o imaginário de que a participação das mulheres na ciência não é significante e para combater a desigualdade. Histórias como essas podem servir de inspiração a milhares de meninas brasileiras que sonham seguir uma carreira na ciência e contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Por isso a importância de trazê-las para a sala de aula sempre que possível!

Fonte: Escola da Inteligência.